22 de março de 2013

Glaciares


Gelo na água do mar e o glaciar, imenso e lindo, à nossa frente.

O glaciar também pode ser chamado de geleira. São imensas montanhas cobertas de neve que derreteu e congelou diversas vezes, eliminando todo oxigênio até se transformar num bloco compacto de gelo puro, com menos de 3% de ar em seu interior - por isso, quanto mais azul é um glaciar, mais gelo ele contém. Os glaciares brancos são os cobertos de neve :)

Nesta foto você pode ver uma mancha escura no glaciar. Não é poluição! São sedimentos da montanha (terra, pedras...) que seguiram para o mar junto com o gelo derretido que se recongelou e fez essa linda parede azul :)


A água é geladíssima mas há muita vida no caminho dos glaciares... golfinhos, diversos tipos de plantas, aves aquáticas, peixes e baleias que aparecem de vez em quando.


A água fica coalhada de gelo



e há nuvenzinhas baixas que são a coisa mais linda...



Não é photoshop, não é filtro, não foi feito absolutamente nada nesta foto - e foi tirada com uma digitalzinha bem marromeno. É a natureza em sua glória :)



o navio deixando seu rastro na água



havia momentos em que o mar virava um espelho, a água não tinha uma ondinha sequer


mesmo usando luva de couro forrada de lã, eu sentia muito frio nas mãos.


 o verde persisite nas montanhas geladas


 



 baleias :)


 às vezes olho para as fotos e não acredito que eu estive num lugar tão lindo. quero voltar :)

15 de março de 2013

Algumas fotos no navio

 boas vindas com pisco sour
(pisco, por su conta y risco, já diz o ditado chileno)

o sol se põe por volta das 9, 9 e meia da noite

 a linda marchetaria do piso da recepção, deque 2

 o pôr-do-sol no mar

 coquetel de boas vindas

salão Yámana, nome de uma tribo da Tierra del Fuego

 sobe escada e desce escada o dia todo

 salão Sky, prumas bebidinhas

há vários monitores mostrando a rota do navio e as atividades do dia

 deque superior

 deque superior

bandeira do Chile

 deque superior

 deque superior

o mar calminho, calminho

um glaciar na janela da cabine


oi!
 eu, Fred e o glaciar. 
Sabe aquela foto do glaciar visto do avião no caminho para Punta Arenas? 
Então. Era esse aí :)



Algumas fotos em Punta Arenas

 no aeroporto de Punta Arenas há uma baleia de placas de acrílico :)


e o ralo do banheiro é um cavalo-marinho


 nas ruas, há rosas de cores maravilhosas nos canteiros

 há matilhas de cachorros mansos dormindo no sol

chegando ao navio

algumas fotos no Chile

no caminho para Punta Arenas

Andes

 Laguinho azul claro, laguinho azul escuro


Nuvens

 Desertos

Estranhas plantações

Glaciares

eu amei os móveis do hotel

e descobri que não é só no Egito que tem lápis-lázuli

no aeroporto, antes do vôo para Punta Arenas, vi esta escultura. 
Espero que não sejam malas extraviadas :)

Sobre Ushuaia, 2

Esqueci de contar que, no mesmo dia da Pinguinera - nosso primeiro dia em Ushuaia! - fomos ao teleférico no Glaciar Martial. Decidi o passeio num impulso, nem tinha ouvido falar dele. Pensei que fosse algo como o bondinho do Pão de Açúcar, mas não, eram cadeirinhas suspensas num cabo, subindo a montanha.

Olha, tem que ter MUITA FÉ nas leis da fisica, viu. Como um trocinho daquele segura gente eu simplesmente não entendo. Adorei e morri de medo o tempo todo, o troço é alto prá dedéu. E Fred ainda ficou fazendo graça e falando dum filme de terror onde o pessoal fica preso numa cadeirinha dessas, o parque fecha e os lobos ficam rondando.

Eita, agora me dei conta de que a gente não foi a nenhum cassino! Tinha um simples na nossa rua e outro todo chiquetoso na rua do porto, parecia um projeto do Niemeyer.

Nas vitrines das lojas, blusinhas adequadas ao calor carioca ficam lado a lado com casacos pesados de frio. Vi até biquíni!

Todos os edifícios são bem aquecidos - desligamos o aquecedor do quarto do hotel pq estávamos suando!

Minha teoria é que o conceito de temperatura agradável é o oposto da temperatura lá fora. Como no Brasil lá fora é quente, o nosso conceito é que bom é o frio. Então quartos, lojas, aeroportos, etc, têm ar condicionado. Em Ushuaia (e no navio) lá fora é frio e o bom é estar no quentinho. Então se usam roupas normais embaixo de casacões. Entrou, tira o casaco, fica de blusinha.

O passeio que o Fred mais gostou foi o do museu do Presídio do Fim do Mundo. Era um presídio (dã) e virou um museu (dã duplo). As celas mostram alguns dos prisioneiros mais famosos, os ambientes reproduzem as condições de época, o artesanato em madeira feitos pelos presos, a oficina de tipografia... fotos, objetos e mutas informações - afinal, é um museu.

Uma ala não foi reformada e a gente viu as celas vazias, com as paredes no reboco, esburacadas (mas inteiras, claro, as paredes são grossíssimas), o chão original (feito na oficina de cerâmica que tinha lá - Ushuaia é o fim do mundo, tem que poder fazer as coisas pq não dá para trazer logo de outro lugar). Fred adorou, tirou muitas fotos dessa parte. Eu também achei bom de fotografar, mas rezei uma ave-maria pelos presos e me senti emocionalmente um pouco mal, até um pouco enjoada.

No mesmo local, em outra ala, é o museu náutico, com reproduções em escala de navios, galeões, naus e caravelas mais famosos que passaram por Ushuaia, Cabo Horn e Canal Beagle. O último pirata da área viveu nos anos 30 :O

Do lado de fora, num gramado, há duas marias-fumaças e um resto naufragado de bote. Lá, no calor da uma da tarde (sim, sem o vento o sol é quente) vimos um gato preto e eu fui fazer carinho nele. O gato é mansinho, ronronou, deu cabeçadas, fez pãozinho... um fofo! Abracei e comprovei que ele está bem cuidado, é bem alimentado e saudável, até onde pude perceber. Seu pêlo é brilhante  não tem falhas. Perguntei na recepção por ele e descobri que se chama José e há duas gatas por lá, uma se chama Catalina, é trica, e a outra eu esqueci.

13 de março de 2013

sobre Ushuaia, 1

Escrevo no vôo Ushuaia-Buenos Aires.

Os dias em Ushuaia passaram rápido demais. Amanhecia cedo e anoitecia por volta das 9:30 da noite. Só paramos no hotel para dormir.

Fred escolheu o Vila Brescia por ser central e ter internet, mas a internet não funcionou direito. Quase não consegui ler os e-mails nas 3 vezes que liguei o computador.

Ah, Ushuaia, quero voltar. Pequena, acolhedora, agradável. Fomos a 3 passeios: o teleférico no Glaciar Martial, o passeio de catamarã às Pinguineras (ilhas dos pingüins) e os Museus do Presídio e do Fim do Mundo.  Fora isso, andamos, tiramos fotos, passeamos pelo porto e comemos centolla.

Comi uma carzuela de centolla, pulpo e camarones com arroz que foi de comer rezando. Suspirei a refeição toda. Saborosa, temperada na medida para dar gosto sem esconder o sabor suave e quase doce da centolla, que é um caranguejão (o king crab americano).

Faltou conhecer o Parque Nacional, a cidade de El Calafate, o Lago Escondido. Mas não fez falta, porque aproveitamos conforme nossa vontade e sempre chegamos cansados ao hotel.

O real variava entre 2 2 2,80 pesos, de acordo com a loja. Vale a pena pesquisar a melhor. E para comprar as comidinhas da terra, compotas, doces de leite e conservas, o melhor é ir no supermercado, que tem o fantástico nome de La Anónima. A famosa La Anónima :D

Meu espanhol made in Menudo deu pro gasto, o portunhol do Fred é risível, mas nos comunicamos bem, até.

Ainda sinto, às vezes, o balanço do barco. El buque, como se diz em espanhol. Nossa tendência antissocial ficou muito clara no cruzeiro - não descemos nenhuma vez (mais por insegurança nossa, admito. a gente olhou os botes infláveis e pensou "eu, hein, rosa". Também só subimos ao salão Yámana uma vez só, na noite da despedida. Enquanto o povo confraternizava, a gente saiu pro deque superior para tirar fotos e ver a baía de Ushuaia com a cidade iluminada - e espalhada - ao fundo.

Vimos zilhões de krill, atraídos pela luz do navio. Camarõezinhos do tamanho de um dedinho, vermelhos - comida de baleia e golfinho. Tiramos fotos e até que uma delas prestou.

Na viagem à pinguinera, foram 3 horas para ir e 3 para voltar. Cometemos a insanidade de ficar no deque superior do catamarã durante duas horas. Fazia um dia lindo de sol e mar tranqüilo, um cenário de cinema, mas o vento era de congelar a alma do capeta. Como o catamarã parava de quando em quando para vermos leões marinhos, lobos-marinhos, aves e faróis, decidimos esperar para descer para o deque interno na próxima parada e ficamos batendo dente porque não estávamos agasalhados suficientemente para a viagem. Ficamos virados pro sol, como dois girassóis, aproveitando o quentinho enquanto nossas costas criavam estalactites.

Quando não deu mais e o Fred não suportou mais a dor das mãos sem luvas (eu usei as minhas, ele deixou as dele no hotel) a gente encarou o medo de descer sem colete salva vidas pela escada lateral do catamarã, ou seja: tropeçou, tchibum!!

Desci rezando cada degrau, até que, lá dentro, aquecidos, nos demos conta da imensa imprudência cometida. Eu bebi o pior chocolate quente da minha vida, com gosto de água suja. Mas estava quente, estava bom. Paramos em uma ilhota - a ilha Pinguinera - para ver os pinguins, que, acostumadíssimos, não deram a menor bola pros turistas. Tiramos fotos, filmei, dei gritinhos de alegria. E estes, ao contrário dos pingüins do zôo de Tóquio, não fediam.

Chegamos 9:20 da tarde, um céu de 6:30, 6:45 no Brasil. Compramos sanduíches, coca cola, cerveja e água, tomamos banho, comemos e dormimos até as 10 da manhã de ontem. O quarto era no primeiro andar, mas como o hotel é numa ladeira, passava gente na rua, na nossa janela. Muito estranho!

12 de março de 2013

cruzeiro, dia 4

São 7 da manhã e o dia está nascendo no Cabo Horn. Fui acordada às 6:30 pelo aviso de que o primeiro grupo de expedição vai descer às 7:30.

Tive um pesadelo de madrugada, acordei assustada e fiquei olhando as estrelas. Não reconheci as constelações. O dia nasce límpido e eu me lembro de Atami.

O barco balança suavemente e agora eu entendo porque marinheiros andam engraçado.

Passou uma gaivota. No Cabo Horn há uma estátua, um monumento, em forma vazada de gaivota.

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2:25 da tarde

Enjoei terrivelmente na parte da manhã. Não desci para tomar café. O navio balançava bastante, apesar do mar estar calmo na superfície.

Está uma tarde magnífica, céu azul, mar sereno - passamos pelo Cabo Horn e o capitão nos felicitou pela boa sorte de poder circunavegá-lo pelo sul - coisa muito rara! O Cabo Horn é o rabinho da América do Sul - depois dele, só há terra na Antártida.

Faz um sol bom, bem quentinho, mas o frio lá fora não cessa. Então, aqui dentro, o sol engana - ah, lá fora está quente - e o vento frio nos regela os ossos.

Consegui falar com o pessoal de Recife. Estavam na casa de praia, por isso ninguém atendeu em casa. E eu tive um pesadelo sem motivo, tudo estava bem.

Passei a manhã deitada e perdi o hasteamento da bandeira pirata - além de boa parte do Cabo Horn.

Veio o cartão de avaliação do cruzeiro, que já acaba amanhã. São US$ 15 de gorjeta por pessoa, por dia de viagem. Fomos muito bem atendidos.

Contra o vento, tricô não é muito eficiente. Minhas luvas de couro com lã na parte interna também não agüentam muito frio. O melhor a usar é fleece, com certeza. Opa, começamos a balançar de novo.

cruzeiro, dia 3

Glaciares à vista! Um frio enorme e blocos azuis de gelo nas montanhas. É impressionante! Tiramos fotos alucinadamente.

Há alguma coisa no clima que me dá muito sono. Hoje acordamos, tomamos café às 8 (o dia já tinha nascido, oba) e às 10 eu fiquei muito sonolenta. Dormi um bom cochilo até o meio dia.

A cabine tem uma vista linda, o sol apareceu, aquecendo um pouco. O vento dos glaciares é glacial  :)

Enquanto escrevo, faço o backup das fotos - 530, até agora, fora as fotos do Fred.

Minhas mãos estão ressecadas, meu cabelo lambeu! Parece que fiz chapinha, está muit estranho.

Ontem à noite, o navio balançou muito, de lá para cá <--------> Não enjoei pq tomo dramin todo dia, um de manhã e um antes de dormir. Agora não estamos navegando, paramos para apreciar os glaciares. O sol apareceu e eu precisei botar os óculos escuros, porque lacrimejava. Achei que era o frio e o vento, mas também era a luz.

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Vim para o salão Yámana, no terceiro deck. Tem música clássica no som -autoparlantes - e eu vejo da janela o glaciar Pía. Há gelo na água, pedras grandes e pequenas de gelo, vegetação nas montanhas até mais ou menos a metade de seu tamanho. Há aves - albatrozes, patos, gaivotas... e Fred fotografou um grupo de leões-marinhos. Tudo está calmo e há momentos em que o mar parece um espelho. Não só parado, mas refletindo a paisagem sem uma onda sequer. Fred o chamou de "mar de azeite".

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6:15 da tarde e um sol imenso lá fora. Fred está febril, tomou remédio e está dormindo. Acho que é o choque térmico do frio lá fora e da cabine quentinha.

Comprei um cartão telefônico e já falei com o Rio. Liguei para Recife, mas ninguém atendeu, vou ligar de novo à noite. Lete disse que tudo está bem. Eu já sabia, mas é bom ouvir.

11 de março de 2013

cruzeiro, dia 2

São 6:20 da manhã e o navio segue macio na água. Me sentei perto da janela - que não é escotilha, é janela mesmo! para observar a paisagem. Está um luscofusco, não tem sol, mas é mais claro que em Santiago.

Ladeamos terra, há nuvens baixas.

A cama e os travesseiros são muito confortáveis.

O navio vai devagar, sem levantar muita onda, num mar calminho, calminho.

O aquecimento do navio é muito bom e eu estou de camisola, sem meias. Só snto um pouco de frio nas mãos pq ele escapa da janela.

O céu está nublado. Fred está dormindo.

Meu nariz está tão seco que sangra e faz cracas.

Mais tarde, sairemos para a primeira visita à terra. Vamos ver as baleias! Vamos andar em um bote inflável!

Ainda bem que não é um cruzeiro de aventura, vamos calmamente no marzinho macio...

O dia está clareando, já dá para ver cores na paisagem: tons de marrom escuro - e uma gaivota voou perto do navio.

Ontem, no porto, me lembrei das gaivotas que seguiram o ferry boat de Kumamoto...

Há um sinal luminoso em terra, pequeno demais para ser um farol, que pisca 1, 2, 3 dá uma pausa e volta a piscar.

A terra parece de camurça.

Ontem, em Santiago, passamos na frente do Palácio de La Moneda, a sede do governo. Pensei em Allende, não falei nada para o rapaz que fazia o transfer do hotel para o aeroporto, pq eu não acho que deva falar sobre política na terra dos outros. Comprei - ôoooooo, o navio mexeu! sim, definitivamente, nos aproximamos da terra - comprei o livro novo da Isabel Allende, Amor, uma compilação de seus textos sobre o tema. Descobri que leio bem em espanhol.

A terra que estou vendo tem o tom da trufa de chocolate coberta com cacau.

Disseram pro Fred que cabine com janela era inútil, pq cobram mil reais a mais por uma coisa que você não vai usar, já que passa o dia todo do lado de fora da cabine. Meu amigo: aqui não tem tv nem internet. Acordei cedo e estou olhando uma paisagem única pela janela - que não é escotilha! A digital não consegue captar as cores, mas o que eu vejo dá mesmo vontade de pegar uma colher e comer a montanha de trufa na minha frente.

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2 e meia da tarde.

Hoje saíram os botes para observação de baleias. Ao vê-los, achamos mais prudente ficar aqui, a bordo. As baleias apareceram do mesmo jeito para os de perto e os de longe. Fiquei no quarto e dormi, enquanto Fred tirava fotos no deque superior. E, presente dos deuses, uma baleia surgiu na minha janela. Uma jubarte escura, com a cauda preta e branca, abrindo as águas como um submarino, descendo e mostrando a cauda como nos programas do Globo Repórter.

Almoçamos - e tomei vinho branco, seco - preferia vinho doce, mas não tem. O vinho me faz ter sono e calor, e cá estou - estamos - na cabine, ouvindo The Police (Walking on the moon) em uma das 5 rádios do navio.

Bebo muita água, faço pouco xixi. A secura do ar me deixa com mãos de crocodilo.

cruzeiro, dia 1

São 10:30 da noite e estamos no navio Via Australis. Estamos em alto mar, num mar muito sereno e nem parece qe nos movemos. Hoje o sol se pôs às 9 da noite. Estamos sem telefone nem internet, e não há tv na cabine - e nem no navio.

Voamos de Santiago a Punta Arenas, de onde saiu o navio. Muito corre-corre para muita espera depois. compramos as luvas de cuero negro, gruesas, por favor. As do Fred são pretas, as minhas são marrom escuro.

Como nos disseram no jantar, há 18 nacionalidades a bordo, mais ou menos 100 pessoas. A nossa mesa é a de número 14, com um casal de chilenos (ela grávida) um casal de italianos gays (um lindo, um normalzinho) e outro casal chileno, também gay. Muitos senhores e senhoras e três crianças já grandes.

Tá tendo palestra sobre a observação de baleias amanhã, mas o que eu quero é dormir...

3 de março de 2013

O Post do Cruzeiro

A gente viajou pelos Cruceros Australis, no navio Via Australis. Fechamos o pacote com a Venturas Turismo e eu só tenho a elogiar o trabalho deles.

Viajamos do Rio até Santiago, no Chile, onde pernoitamos. No dia seguinte, pegamos um vôo para Punta Arenas, de onde partiu o cruzeiro. Depois de desembarcar em Ushuaia, ficamos mais dois dias na cidade e fomos para Buenos Aires, onde passamos mais dois dias e voltamos para o Rio.

Todos os hotéis (em Santiago, Ushuaia e Buenos Aires) foram fechados pelo Booking.com

Foi o meu primeiro cruzeiro! A coisa mais próxima que eu vi foi The Love Boat na TV :)

Então? Então.

Como estamos viajando entre países do Mercosul, não precisa de visto, mas precisa levar passaporte ou carteira de identidade. O passaporte tem que estar na validade, claro. A identidade precisa ser nova.

O frio é grande em alto-mar, embora o navio inteiro seja aquecido. Você não vai aguentar ficar do lado de dentro o tempo todo, meu fio. Suba para o deque superior, sinta o vento gelado na cara. Se você não tem as roupas apropriadas, leve o básico e deixe para comprar o casaco poderoso, a luva indispensável, em Punta Arenas. Os preços são melhores e os produtos também. Fred comprou luvas na loja El Arte de Vestir, que tem de um tudo em matéria de vestuário. Você também pode comprar coisas quentinhas na feira da praça, mas lá só em dinheiro. Em Ushuaia também tem muita coisa de frio boa e barata, mas aí vc já passou frio na viagem inteira. Só compre em Ushuaia se vc for direto para lá. E aproveite, q tá na época das liquidações. Ouça um bom conselho que eu lhe dou de graça: compre luvas grossas e traga de casa uma calça térmica tipo segunda pele.

Repito: é frio prá caramba. Confie no fleece, no casaco apropriado, nas luvas de couro forradas. cachecol de lã não é legal, o frio passa entre os pontos do tricô. Invista numa coisa que eu só conheci no navio: pescoceira e protetor de orelha de fleece. coisas lindas de deus. claro que em algum momento vc vai ver gente andando de bermuda, mas não ligue. melhor estar quentinho e feliz do que estar na moda e mostrar os cambitos ficando azuis e gangrenando.

São 5 dias de viagem, mas não são 5 dias inteiros: o navio sai às 6 da tarde do dia 1, passa 3 dias e 3 noites no mar e a gente desembarca por volta das 8:30 da manhã do dia 5.

Não tem internet. Não tem telefone. Não tem TV. Tem 4 canais de áudio para ouvir: música clássica, anos 80, música latina e o outro eu não lembro.

Disseram pro Fred que cabine com janela era perda de dinheiro. Discordo. Acordei diversas vezes de madrugada e ficava olhando o céu mais estrelado que vi na vida. Noite fechada, sem nenhuma luz de civilização por perto. Fred viu uma baleia dessa janela. E é janela, não é uma vigia. Muitas vezes tinha preguiça de sair do quarto e ficava olhando o mar enroladinha na minha cama. Delícia.

Levem remédio contra enjôo. Eu tomava Dramin 2 vezes por dia. Tem hora que o navio vai macio no mar, a gente nem sente. Tem hora que o bicho balança que só de lembrar eu sinto tudo de novo.

Pense em tudo que possa precisar no navio: roupa quente. remédio. bandeide. absorvente. livro. lembrancinhas. o que se vende no navio se vende fora do navio - e muito mais barato. tudo é em dólar. um cartão de 30 minutos para ligação por telefone via satélite custa 62 dólares. pense bem se vale a pena ligar para a mamãe. (eu liguei, tá. morri em 128 pila e não gastei 10 minutos que fosse. mas é que eu sou neurótica, me deixe)

Sim, tem bar aberto no navio, no salão SKY, all-inclusive. só que o bar não fica aberto 24 horas.

Sim, tem café e chá no salão YÁMANA. Mas só tem dois tipos de docinhos: um tipo de biscoito e um tipo de bolo. e não tem chocolate quente. e você que se serve.

Sim, as refeições são muito boas. O café da manhã e o almoço são estilo buffet. O jantar é servido à mesa, você escolhe (carne ou peixe). Tudo muito chique, garfo para isso, faca para aquilo, taças para vinhos... A adega é do gosto deles, e não do seu. Então, se vc é menininha feito eu, pode botar bico que não tem vinho doce, só seco. Mas tem cerveja, coca cola, essas coisas.

Você vai ficar numa mesa com gente que você nunca viu antes e eles serão seus companheiros por todas as refeições. Ficamos com um casal chileno (ela grávida), um casal italiano gay (um lindo, o outro normalzinho) e outro casal chileno gay. Os italianos não falavam bem espanhol. Nós não falávamos bem espanhol e nem italiano. Os chilenos falavam depressa demais e a gente não entendia nada. Fora isso, foram excelente companhia :D

Gorjeta? Sim, Gorjeta. Estima-se 15 dólares por dia, por pessoa da cabine. Vale a pena. O navio é um brinco de tão bem cuidado e todos são absolutamente gentis.

Já falei para levar tudo que puder imaginar que vai precisar na viagem? Olha, o navio sai de Punta Arenas e só em Ushuaia que vc vai poder descer e comprar alguma coisa. Os ímãs de geladeira que custam 10 dólares no navio são mais bonitos e baratos na cidade.

Muito bem: terceiro dia da viagem, o mar deixou de ser novidade, o que vc faz? Olha pela janela do salão quentinho. Lê no salão quentinho. Escreve no salão quentinho. ou na sua cabine. Ou vai lá fora curtir o frio. Se o bar tiver aberto, pede um pisco sour. Ou vai dormir.

Mar é uma coisa que dá sono. Dormi muito. Tipo, dez da manhã, batendo papo com o Fred, a minha barrinha de energia foi diminuindo, diminuindo... foi o tempo de ir prá cabine e dormir até a hora do almoço.

Café da manhã, almoço e janta têm hora marcada e são avisados pelo circuito de som do navio, inclusive nos quartos.

De noite tem palestra, filminho sobre a natureza dos lugares que a gente vai ver. As palestras são as mesmas, mas são dadas, paralelamente, em inglês num salão e em espanhol no outro.

Os botes Zodiac são infláveis. As pessoas recebem instrução sobre como se comportar neles, vestem os coletes salva-vidas, descem pro mar e do mar para algum passeio em terra. Eu não desci. Fred também não. Intrépidas vovós americanas desceram. Uma grávida (de 4 meses, mas grávida) desceu. Crianças desceram. E nós ficamos, no quentinho, no bem-bom, muito obrigada.

Cruzeiro é coisa para gente gregária, não para dois esquisitos como eu e fred. As pessoas não entendiam pq a gente não participou da noite do bingo, do desfile de moda ou do leilão. Preferimos olhar o céu, adivinhar constelações e tirar foto do krill.

Já disse que o navio balança? vc vai andar torto uns 3 dias, e vai sentir balançar quando estiver deitado na sua cama, no hotel, em terra firme. Eu andava igualzinho ao Jack Sparrow. Só que sem gim.


Vai ter passeio à casa de máquinas e à ponte do navio. Não perca. Muito legal saber como as coisas funcionam.

Há uma biblioteca a bordo, mas não tem livros em português.

A gente pediu uma garrafa de vinho no quarto e não levaram. Fui no bar, botei cara de cachorrinho caído da mudança, moço Victor ligou para alguém e o alguém liberou a garrafa. Depois disso, deixaram levar o vinho sem precisar pedir autorização.

Tem hora em que todo mundo some do navio, geralmente nos desembarques dos barcos zodiac, a hora dos passeios em terra. Você não vê ninguém da tripulação por algum tempo. Dá um certo medinho.

Tem um brinde-surpresa para quem acertar as perguntas sobre o navio, tipo uma gincana. A gente não ganhou.

Tem tomadas no quarto e no banheiro também. Umas são 110, outras são 220. compre um adaptador universal de tomadas, ô invenção linda.

O banheiro é pequeno, mas o chuveiro é bom. O termostato só está lá para inglês ver, não dá para regular a temperatura ambiente.

E a roupa suja? Bom, tá frio, você não sua, a roupa não fica suja. Se você não derramar nada na sua roupa, ela continua limpa, sem cheirinho de cecê. Calcinhas e cuecas? Bom, aí é assunto íntimo, né? Quer lavar e pendurar no ganchinho que tem no banheiro? tudo bem, o banheiro é aquecido, deve secar loguinho.

Leve óculos de sol. O sol brilha forte, incandeia a vista que é uma beleza. Disseram para levar protetor solar também, eu levei, esqueci de usar e não me queimei. Mas a luminosidade é braba, eu tenho fotofobia e teve hora que meu óculos quase não segurou a barra.

Leve escova de dente, pasta e fio dental, viu? eu levei meu sabonete, pq eu gosto do dove líquido com hidratante. o kit de higiene do navio é sabonetinho em barra, shampoo e condicionador.

O sol é quente, o vento é gelado. Se não tem sol, e tá na sombra, se prepare pro frio. Se não tem vento (dificil, viu) pode ser que você sinta menos frio. Então, dentro do navio, que é aquecido, se tiver sol num determinado lugar, esse lugar vai estar quentinho. Aí você pensa "ah, lá fora tá quente", sai sem estar agasalhado e vira um picolé.

Eu disse que dentro do navio é quentinho. Então, leve camisola/pijama levinho, o que você usaria em casa para dormir sem ar condicionado. Eu levei uma camisola levinha e dois pijamas grossos... precisei comprar uma roupa para dormir, pq em Ushuaia o hotel também tinha aquecimento. Desenvolvi a seguinte teoria: a temperatura agradável é sempre oposta à temperatura do lado de fora de casa. Tá calor? Ah, o bom é ar condicionado no quarto. Tá frio? O bom é aquecedor. Com isso, as pessoas lá no fim do mundo usam roupas rigorosamente normais embaixo de casacos poderosos. As lojas mostram, na mesma vitrine, blusa de alcinha e casacão grosso. Pense em camadas, como cebolas.

Esqueci de dizer!! leve duas baterias a mais para a sua câmera digital. O frio drena as baterias que é uma coisa de louco. A bateria que estava cheia ao sair do hotel (ou do lugar quentinho) vira um palitinho só em coisa de meia hora. não perca fotos pq só levou uma bateria!

e, infelizmente, ninguém patrocinou este post.

INTINERÁRIO DO CRUZEIRO E ATIVIDADES A BORDO

DIA 1 - PUNTA ARENAS

19:00 - coquetel de boas vindas. Apresentação dos oficiais e das equipes de hotelaria e expedição
19:15 - instruções de segurança - presença obrigatória
20:00 - partida de Punta Arenas
20:15 - jantar de boas vindas
22:00 - palestra: "Rota de Navegação"


DIA 2 - ESTREITO DE MAGALHÃES - ILHA CARLOS III - CANAL MAGDALENA

07:00 - café da manhã para madrugadores
07:30/08:30 - café da manhã
08:50 - Instruções e desembarque do primeiro grupo de observação de baleias
10:45 - Instruções e desembarque do segundo grupo de observação de baleias
13:00 - almoço
15:00 - palestra "Vida Animal"
17:00 - visita à sala de máquinas
18:30 - palestra "Glaciologia na Patagônia" e "Glaciares Garibaldi e Pía"
20:00 - jantar
21:45 - filme documentário "A Ilha da Sobrevivência" sobre vida marinha
22:00 - karaokê


DIA  3 - BRAÇO NOROESTE DO CANAL BEAGLE - FIORDE E GLACIAR GARIBALDI - FIORDE E GLACIAR PÍA - AVENIDA DOS GLACIARES

07:00 - café para madrugadores
07:30/08:30 - café da manhã
09:00 - Instruções para desembarque no fiorde Garibaldi
09:15 - navegação panorâmica no fiorde Garibaldi
12:30 - almoço
14:30 - Instruções e desembarque no Glaciar Pía
18:15 - Início de navegação pela Avenida dos Glaciares
19:30 - Palestra "Cabo Horne!
20:00 - Jantar com o Capitão
21:45 - filme documentário "Éden no fim do mundo"
22:00 - desfile de moda internacional e noite de bingo


DIA 4 - CANAL MURRAY - BAÍA NASSAU - ILHAS WOLLASTON - CABO HORN - BAÍA WULAIA

06:00 - café da manhã para madrugadores
07:00 - Instruções e desembarque na Ilha Horn
08:30/10:00 - café da manhã
10:00 - Palestra "Baía Walaia" e filme documentário "Expedição de Shackleton na Antártica"
11:00 - visita à ponte de comando
13:00 - almoço
16:30 - Instruções e desembarque na Baía Walaia
           Salão Sky, 4o. deck para caminhada em grupo ao Cerro (dificuldade média/alta)
           Salão Yámana, 3o. deck, para caminhada em grupo pela Costa (dificuldade baixa)
18:30/20:00 - pagamento de artigos adquiridos em nossa loja
20:00 - Jantar de despedida
21:45 - brindes de despedida, rifa da bandeira do navio (Jack) e leilão da carta de navegação
           utilizada para a travessia do Cabo Horn


DIA 5 - USHUAIA

07:30/08:30 - café da manhã
07:30/08:30 - entrega de passaportes
08:00/09:00 - desembarque

19 de fevereiro de 2013

Santiago de Chile

Acordamos cedo e chegamos cedo no aeroporto. o vôo saiu às 11 - melhor adiantar do que atrasar! tudo correu muito bem e a tam serviu um delicioso almoço de papelão com molho de plástico branco. disseram que era penne com molho de queijo e carne moída, mas tenho minhas dúvidas. por volta das 3 da tarde avisaram que o avião teria turbulências devido à cordilheira dos andes.
gente.

a cordilheira é uma coisa além do que eu posso explicar. se ergue além das nuvens, com picos nevados. mas poucos, pq estamos no restinho do verão. ela tem cor de papel madeira, com pequenos rios secos por onde a neve correu, e umas manchas que são árvores de folhas escuras. com uma aparência de um gigantesco papel amassado, tira o fôlego da gente. é a mesma sensação que eu tive ao subir no cristo redentor pela primeira vez - quando vi aquela paisagem, feita pela natureza há não sei quantos milhões de anos. e se o rio faz a gente suspirar diante da beleza, a cordilheira acachapa porque nos mostra o quanto somos pequenos. e, ao mesmo tempo, a raça humana é valente - ou doida - porque conseguiu passar de um lado para o outro daquele mar de montanhas.

chegamos, e santiago é uma cidade linda, de clima ameno, de muitos parques e este bairro, como disse o fred, parece o leblon. olho para esta cidade e penso em isabel allende. em tudo que li dela, o amor que sente por sua terra e seu povo. mulheres produzidíssimas andam nas ruas, adolescentes se beijam na frente das lanchonetes. estou na terra dos outros, eu penso, e fico feliz.

ouço espanhol por todos os lados. aprendi a amar este idioma há tantos anos. e, ao falar, minha voz fica fininha, buenas tardes, por favor, tenés guantes negras de cuero? não, não tem. ali tem, mas fred não gostou do modelo, justamente o único, e que eu gostei. das femininas, eu não gostei.

fred estava enjoado da viagem. voltamos logo para o hotel, tá passando dragonball z em espanhol e eu não bebi nadinha. tá, só uma cerveja cristal, muito, muito amarga.

11 de fevereiro de 2013

Uma visita à Patagônia

Em 19/02 vai começar a viagem de Telinha e Fred à Patagônia, onde vamos conhecer os pingüins, os icebergs e tudo o mais que a Tierra del Fuego tem para mostrar!