Acordamos cedo e chegamos cedo no aeroporto. o vôo saiu às 11 - melhor adiantar do que atrasar! tudo correu muito bem e a tam serviu um delicioso almoço de papelão com molho de plástico branco. disseram que era penne com molho de queijo e carne moída, mas tenho minhas dúvidas. por volta das 3 da tarde avisaram que o avião teria turbulências devido à cordilheira dos andes.
gente.
a cordilheira é uma coisa além do que eu posso explicar. se ergue além das nuvens, com picos nevados. mas poucos, pq estamos no restinho do verão. ela tem cor de papel madeira, com pequenos rios secos por onde a neve correu, e umas manchas que são árvores de folhas escuras. com uma aparência de um gigantesco papel amassado, tira o fôlego da gente. é a mesma sensação que eu tive ao subir no cristo redentor pela primeira vez - quando vi aquela paisagem, feita pela natureza há não sei quantos milhões de anos. e se o rio faz a gente suspirar diante da beleza, a cordilheira acachapa porque nos mostra o quanto somos pequenos. e, ao mesmo tempo, a raça humana é valente - ou doida - porque conseguiu passar de um lado para o outro daquele mar de montanhas.
chegamos, e santiago é uma cidade linda, de clima ameno, de muitos parques e este bairro, como disse o fred, parece o leblon. olho para esta cidade e penso em isabel allende. em tudo que li dela, o amor que sente por sua terra e seu povo. mulheres produzidíssimas andam nas ruas, adolescentes se beijam na frente das lanchonetes. estou na terra dos outros, eu penso, e fico feliz.
ouço espanhol por todos os lados. aprendi a amar este idioma há tantos anos. e, ao falar, minha voz fica fininha, buenas tardes, por favor, tenés guantes negras de cuero? não, não tem. ali tem, mas fred não gostou do modelo, justamente o único, e que eu gostei. das femininas, eu não gostei.
fred estava enjoado da viagem. voltamos logo para o hotel, tá passando dragonball z em espanhol e eu não bebi nadinha. tá, só uma cerveja cristal, muito, muito amarga.
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