11 de março de 2013

cruzeiro, dia 2

São 6:20 da manhã e o navio segue macio na água. Me sentei perto da janela - que não é escotilha, é janela mesmo! para observar a paisagem. Está um luscofusco, não tem sol, mas é mais claro que em Santiago.

Ladeamos terra, há nuvens baixas.

A cama e os travesseiros são muito confortáveis.

O navio vai devagar, sem levantar muita onda, num mar calminho, calminho.

O aquecimento do navio é muito bom e eu estou de camisola, sem meias. Só snto um pouco de frio nas mãos pq ele escapa da janela.

O céu está nublado. Fred está dormindo.

Meu nariz está tão seco que sangra e faz cracas.

Mais tarde, sairemos para a primeira visita à terra. Vamos ver as baleias! Vamos andar em um bote inflável!

Ainda bem que não é um cruzeiro de aventura, vamos calmamente no marzinho macio...

O dia está clareando, já dá para ver cores na paisagem: tons de marrom escuro - e uma gaivota voou perto do navio.

Ontem, no porto, me lembrei das gaivotas que seguiram o ferry boat de Kumamoto...

Há um sinal luminoso em terra, pequeno demais para ser um farol, que pisca 1, 2, 3 dá uma pausa e volta a piscar.

A terra parece de camurça.

Ontem, em Santiago, passamos na frente do Palácio de La Moneda, a sede do governo. Pensei em Allende, não falei nada para o rapaz que fazia o transfer do hotel para o aeroporto, pq eu não acho que deva falar sobre política na terra dos outros. Comprei - ôoooooo, o navio mexeu! sim, definitivamente, nos aproximamos da terra - comprei o livro novo da Isabel Allende, Amor, uma compilação de seus textos sobre o tema. Descobri que leio bem em espanhol.

A terra que estou vendo tem o tom da trufa de chocolate coberta com cacau.

Disseram pro Fred que cabine com janela era inútil, pq cobram mil reais a mais por uma coisa que você não vai usar, já que passa o dia todo do lado de fora da cabine. Meu amigo: aqui não tem tv nem internet. Acordei cedo e estou olhando uma paisagem única pela janela - que não é escotilha! A digital não consegue captar as cores, mas o que eu vejo dá mesmo vontade de pegar uma colher e comer a montanha de trufa na minha frente.

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2 e meia da tarde.

Hoje saíram os botes para observação de baleias. Ao vê-los, achamos mais prudente ficar aqui, a bordo. As baleias apareceram do mesmo jeito para os de perto e os de longe. Fiquei no quarto e dormi, enquanto Fred tirava fotos no deque superior. E, presente dos deuses, uma baleia surgiu na minha janela. Uma jubarte escura, com a cauda preta e branca, abrindo as águas como um submarino, descendo e mostrando a cauda como nos programas do Globo Repórter.

Almoçamos - e tomei vinho branco, seco - preferia vinho doce, mas não tem. O vinho me faz ter sono e calor, e cá estou - estamos - na cabine, ouvindo The Police (Walking on the moon) em uma das 5 rádios do navio.

Bebo muita água, faço pouco xixi. A secura do ar me deixa com mãos de crocodilo.

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